sábado, 9 de julho de 2011

O homem e sua mulher esconderam-se da face do Senhor Deus, no meio das árvores do jardim.

O mundo moderno rejeita orgulhosamente nosso Senhor Jesus Cristo e fez, da negação, a sua verdade; ainda que se manifeste de formas diferentes e individuais - também contraditórias - no coração de cada modernista. A verdade enquanto opinião é a lei vigente na – delirante - realidade modernista. Claro que essa negação não vem de hoje, porém, o mundo moderno chegou ao ponto de fazer de si próprio como um todo, a imagem e semelhança de Lúcifer no momento da sua rebeldia.
Eis o coro de muitas vozes, muitas línguas, idades, muitos “nãos”, em uníssono sob a condução do Príncipe deste mundo[1]: Non Serviam!


Um dos únicos preconceitos tolerados - incentivados para dizer melhor - nos salões da intelectualidade modernista é o contra a Igreja Católica, do mesmo modo, o discurso de ódio, que se fosse contra gays, feministas, abortistas , muçulmanos, judeus, causaria repercussões enormes em mídias locais ou internacionais, quando é dirigido à Igreja Católica, ah, esse é bem vindo em quase todo ambiente que se diz democrático. Não acho que discurso de ódio seja boa coisa, seja contra quem for. Devemos odiar certas idéias, mas não é disso que se trata o discurso de ódio, e eu espero que o leitor entenda o que quero dizer.
Aqui no Brasil, minha pátria, a Terra de Santa Cruz, essa realidade é bem nítida para qualquer pessoa que enxergue bem, com os olhos da honestidade - coisa desestimulada no meu país -. Embora seja um país que em números, é bem Católico, na prática infelizmente não é bem assim.
Como bem disse o Papa João Paulo II numa visita ao Brasil, os brasileiros são Católicos no sentimento, mas não na fé; é claro que isso não se aplica a todos, mas a uma boa parte, e isso é preocupante.
Dizer não a Deus não é somente lutar contra ele, ser um militante. Quem vive como se Deus não existisse, ou fosse pouco importante, já está dizendo não à todas as maravilhas que Ele mesmo preparou para cada um de nós.
Dizer não a Deus é agir contra a sua vontade, que longe de ser uma vontade arbitrária e tirânica, como muitos gostam de dizer, são vontades necessárias à nossa própria felicidade, aqui, e na vida eterna de modo muito mais perfeito. O ser humano foi feito perfeito, vivia com Deus, era livre, feliz, pois quando Deus criou o primeiro casal, os fez felizes, de modo que a felicidade humana não deve ser alcançada por teorias da psicanálise, ou ainda pelo idealismo e baixaria de gente tipo Rousseau, Marx, H. Marcuse e outros. A felicidade humana também não está nos prazeres físicos já que a felicidade é algo próprio da alma, e não dos nossos sentidos. A felicidade também não se encontra nos sentimentalismos que se queimam e acabam com a mesma facilidade com que se queima palha seca numa forja.
A felicidade humana está em Deus mesmo. Ele nos criou, e criou conosco a nossa felicidade, portanto, não cabe a nós inventar um estilo de vida “woohoo” e achar que isso é ser feliz, não cabe a nós querer inventar a felicidade quando ela já está pronta.
O mundo moderno, por causa do seu “não” ao Altíssimo, perdeu o sentido de existir.
Uma das grandes questões desse mundo novo é tentar o tempo todo, criar do nada um sentido para existir, uma razão - mesmo que ela mude diariamente - para ser feliz.
Ouçamos a voz de Deus, sem isso não seremos felizes nunca!
Disse o nosso Senhor aos Judeus de seu tempo: “conhecereis a verdade, e a verdade voz libertará”.
A liberdade humana se da na posse da verdade e do bem, e não do eu; esvaziando-nos a nós mesmos, tomando a nossa cruz e seguindo a Cristo, sendo como ele, fazendo o que é a Sua perfeita vontade[3], podemos ser dignos talvez, um dia, da graça de dizer “não eu, mas Cristo vive em mim”.
Dizia S.Agostinho de Hipona, que o homem bom é livre, ainda que seja escravo; porém o pecador é escravo, ainda que seja Rei; e dizia que, o pecador é escravo, mas não de um só senhor, mas de quantos forem os seus pecados.
Como escravos não podemos ser felizes, mas conhecendo a Verdade – que é o próprio Senhor – e buscando ser como Ele, ainda no sofrimento, seremos mais felizes e livres que o mundo cego e escravizado que foge de Deus.
Fugir de Deus é algo próprio do pecado, foi a reação de Adão e Eva quando se viram nus. Se o mundo foge de Deus, nós não podemos dizer “eu sou do mundo”.
Se o mundo foge de Deus saiamos dele, corramos para Deus, é nosso dever e nossa Salvação!
Antes de voltar aos céus, nosso Senhor nos confiou a um certo grupo e disse: “Ide por todo o mundo, e pregai o Evangelho a toda criatura”[4]. Ele disse também “Quem vos ouve, a mim ouve; e quem vos rejeita, a mim rejeita; e quem me rejeita, rejeita aquele que me enviou”[5].
Ouçamos a voz da Igreja, ela é a voz e os membros de Cristo mesmo aqui na terra. Quem a ouve, ouve a Cristo – e aqui muito cuidado porque não é ouvir o Padre fulano ou até mesmo o Papa cicrano individualmente, mas a Igreja no seu magistério que é infalível – e quem conhece a Cristo conhece o que O enviou a nós; o Pai.
Fiquemos atentos aos chamados de Deus, estejamos sempre prontos para dizer “sim” para Deus, como fez a Santíssima Virgem Maria mãe de nosso Senhor que com seu “sim” nos fez vir pela obra de Deus a salvação à todos nós.
Voltemos a Deus, nos convertamos todos os dias inteiramente à Ele, sejamos dEle completamente, e seremos livres, felizes, talvez não nessa vida, mas pela sua misericórdia, na vida que conhecemos ao passar pela morte.

Ora pro nobis Sancta Dei genitrix, ut digni efficiamur promissionibus Christi. Amen.

“Espero nunca ter ensinado nenhuma verdade que não tenha aprendido de Vós. Se, por ignorância, fiz o contrário, revogo tudo e submeto todos meus escritos ao julgamento da Santa Igreja Romana” (Santo Tomás de Aquino)

[1] – Evangelho de S.João capítulo 16, versículo 11
[2] – Evangelho de S.João capítulo 8, versículos 32 –
[3] – Evangelho de S.Mateus capítulo 16, versículo 24
[4] – Evangelho de S.Marcos capítulo 16, versículo 15
[5] – Evangelho de S.Lucas capítulo 10, versículo 16

Manoel.

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